segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Hino da Independência

Letra: Evaristo da Veiga, 1799-1837
Música: D. Pedro I, 1798-1834


Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Refazenda

Composição: Gilberto Gil

Abacateiro acataremos teu ato
Nós também somos do mato como o pato e o leão
Aguardaremos brincaremos no regato
Até que nos tragam frutos teu amor, teu coração
Abacateiro teu recolhimento é justamente
O significado da palavra temporão
Enquanto o tempo não trouxer teu abacate
Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão
Abacateiro sabes ao que estou me referindo
Porque todo tamarindo tem o seu agosto azedo
Cedo, antes que o janeiro doce manga venha ser também
Abacateiro serás meu parceiro solitário
Nesse itinerário da leveza pelo ar
Abacateiro saiba que na refazenda
Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar
Refazendo tudo
Refazenda
Refazenda toda
Guariroba

domingo, 20 de julho de 2008

Canção da América


Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção
Que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver seu amigo partir

Mas quem ficou
No pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou
No pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa pra se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância
Digam não
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier
Venha o que vier (venha o que vier)
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

Pois seja o que vier
Venha o que vier (venha o que vier)
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

terça-feira, 15 de julho de 2008

Te recuerdo Amanda

Composição: Victor Jara (1932-1973)

Te recuerdo Amanda
la calle mojada
corriendo a la fabrica donde trabajaba Manuel

La sonrisa ancha, la lluvia en el pelo,
no importaba nada
ibas a encontrarte con el,
con el, con el, con el, con el

Son cinco minutos
la vida es eterna,
en cinco minutos

Suena la sirena,
de vuelta al trabajo
y tu caminando lo iluminas todo
los cinco minutos
te hacen florecer

Te recuerdo Amanda
la calle mojada
corriendo a la fabrica
donde trabajaba Manuel

La sonrisa ancha
la lluvia en el pelo
no importaba nada,
ibas a encontrarte con el,
con el, con el, con el, con el

Que partió a la sierra
que nunca hizo daño,
que partió a la sierra
y en cinco minutos,
quedó destrozado

Suenan las sirenas
de vuelta al trabajo
muchos no volvieron
tampoco Manuel

Te recuerdo Amanda,
la calle mojada
corriendo a la fábrica,
donde trabajaba Manuel.

domingo, 29 de junho de 2008

O dragão mágico

Pof, O dragão mágico
quando está feliz
solta fogo pelos olhos
e pelo nariz

Pof vai pra escola
onde a vida ensina
leva dentro da lancheira
lenha e gasolina

Pof, O dragão mágico
quando está feliz
solta fogo pelos olhos
e pelo nariz

Pof, é um bom sujeito
E para que se prove
Basta se dizer que ele
é amigo de São Jorge

Pof, O dragão mágico
quando está feliz
solta fogo pelos olhos
e pelo nariz

Pof, tem um castelo
que é uma coisa louca
Quem for lá vai aprender
a pôr fogo pela boca

Pof, O dragão mágico
quando está feliz
solta fogo pelos olhos
e pelo nariz

terça-feira, 24 de junho de 2008

Saiba

Composição: Arnaldo Antunes

Saiba!
Todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão, também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem...

Saiba!
Todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
E também você e eu...

Saiba!
Todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar...

Saiba!
Todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano...

Saiba!
Todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé...

Saiba!
Todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
E também eu e você
E também eu e você
E também eu e você...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Joseph

Composição: Georges Moustaki

Voilà c'que c'est, mon vieux Joseph
Que d'avoir pris la plus jolie
Parmi les filles de Galilée,
Celle qu'on appelait Marie.

Tu aurais pu, mon vieux Joseph,
Prendre Sarah ou Déborah
Et rien ne serait arrivé,
Mais tu as préféré Marie.

Tu aurais pu, mon vieux Joseph,
Rester chez toi, tailler ton bois
Plutôt que d'aller t'exiler
Et te cacher avec Marie.

Tu aurais pu, mon vieux Joseph,
Faire des petits avec Marie
Et leur apprendre ton métier
Comme ton père te l'avait appris.

Pourquoi a-t-il fallu, Joseph,
Que ton enfant, cet innocent,
Ait eu ces étranges idées
Qui ont tant fait pleurer Marie ?

Parfois je pense à toi, Joseph,
Mon pauvre ami, lorsque l'on rit
De toi qui n'avais demandé
Qu'à vivre heureux avec Marie.

Bom José

Composição: Georges Moustaki

Olhe o que foi meu bom José
Se apaixonar pela donzela
Dentre todas a mais bela
De toda sua Galileia

Casar com Debora ou com Sara
Meu bom Jose, voce podia
E nada disso acontecia,
Mas voce foi amar Maria

Voce podia simplesmente
Ser carpinteiro e trabalhar
Sem nunca ter que se exilar
E se esconder com Maria

Meu bom jose voce podia
Ter muitos filhos com Maria
E teu oficio ensinar
Como teu pai sempre fazia

Porque sera meu bom Jose
Que esse teu pobre filho um dia
Andou com estranhas ideias
Que fizeram chorar Maria

Me lembro as vezes de voce
Meu bom Jose, meu pobre amigo
Que dessa vida so queria
Ser feliz com sua Maria

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Maracangalha

Composição: Dorival Caymmi, 1914-

Eu vou prá Maracangalha
Eu vou!
Eu vou de uniforme branco
Eu vou!
Eu vou de chapéu de palha
Eu vou!
Eu vou convidar Anália
Eu vou!
Se Anália não quiser ir
Eu vou só!
Eu vou só!
Eu vou só!
Se Anália não quiser ir
Eu vou só!
Eu vou só!
Eu vou só sem Anália
Mas eu vou!...(3x)

Eu vou só!...(16x)

domingo, 11 de maio de 2008

Cagar é bom demais

Cagar é bom quando a gente tá em paz,
ouvindo n'água o som
que a merda caindo faz.
Cagar molinho...
Cagar durinho...
Cagar soltinho...
De qualquer jeito
de qualquer maneira,
até quando é caganeira...
cagar é bom
é muito bom...
cagar é bom demais.

Tindindindindindindindindindin
Dindindin Dindindin

Tiblof Tiblof Tiblof Tiblof Tiblum
Tiblof Tiblum

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Canção do Expedicionário (FEB)

Composição: Guilherme de Almeida
Música: Spartaco Rossi

Você sabe de onde eu venho ?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Você sabe de onde eu venho ?
É de uma Pátria que eu tenho
No bojo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Venho do além desse monte
Que ainda azula o horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.
Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da Cruz!

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Prá não dizer que não falei de flores


Composição: Geraldo Vandré
Mais informações na Wikipedia


Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A Internacional

Letra: Eugène Pottier, 1816-1887
Música: Pierre Degeyter, 1848-1934
Tradução: Neno Vasco, 1878-1923
Mais informações na Wikipedia


De pé, ó vitimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da idéia a chama já consome,
A crosta bruta que a soterra .
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos tudo, ó produtores!
Bem unidos façamos,
Nesta luta final!
Uma terra sem amos
A Internacional!
Senhores, patrões, chefes supremos,
Nada esperamos de nenhum!
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair desse antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós diz respeito!
Refrão
Crime de rico a lei cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!
Refrão
Abomináveis na grandeza,
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha!
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu.
Querendo que ela o restitua
O povo só quer o que é seu!
Refrão
Nós fomos de fumo embriagados,
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos greve de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores!
Se a raça vil, cheia de galas,
Nos quer à força canibais,
Logo verás que as nossas balas
São para os nossos generais!
Refrão
Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo.
Pertence a Terra aos produtivos;
Ó parasitas, deixai o mundo!
Ó parasitas que te nutres
Do nosso sangue a gotejar,
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Chove chuva

Composição: Jorge Ben Jor

Chove chuva, chove sem parar
Chove chuva, chove sem parar

Pois eu vou fazer uma prece
Pra Deus, Nosso Senhor
Pra chuva parar de molhar
O meu divino amor
Que é muito lindo
É mais que o infinito
É puro e é belo
Inocente como a flor
Por favor, chuva ruim
Não molhe mais o meu amor assim
Por favor, chuva ruim
Não molhe mais o meu amor assim

domingo, 27 de abril de 2008

Uirapuru

Murilo Latini e Jacobina Latini

Uirapuru, ô, Uirapuru
Seresteiro, cantador do meu sertão
Uirapuru, ô, Uirapuru
Ele canta as mágoas do meu coração

A mata inteira fica muda ao seu cantar
Tudo se cala para ouvir sua canção
Que vai ao céu numa singela melodia
Vai a Deus em forma triste de oração

Uirapuru, ô, Uirapuru
Seresteiro, cantador do meu sertão
Uirapuru, ô, Uirapuru
Ele canta as mágoas do meu coração

Se Deus ouvisse o que lhe sai do coração
Entenderia, que é de dor sua canção
E dos seus olhos tanto pranto rolaria
Que daria pra salvar o meu sertão

Uirapuru, ô, Uirapuru
Seresteiro, cantador do meu sertão
Uirapuru, ô, Uirapuru
Ele canta as mágoas do meu coração

sábado, 26 de abril de 2008

Eu sei que vou te amar

Composição: Tom Jobim e Vinícius de Moraes

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
A cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que eu vou te amar

E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida.

Monte Castelo

Letra e música Renato Russo
(Recortes de I Coríntios 13 do Apóstolo Paulo e
Soneto 11 de Luis de Camões)
Ainda que eu falasse a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor eu nada seria.

É só o amor, é só o amor,
que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é um não contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é um ter com quem nos mata a lealdde;
tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem,
todos dormem. todos dormem.
Agora vejo em parte,
mas então veremos face a face.

É só o amor, é só o amor
que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens
e falasse a língua dos anjos,
sem amor eu nada seria.